O despertar da memória

terça-feira, 14 de novembro de 2017 45 comentários
  Numa conversa entre avó e neta, relembrávamos o passado. A data de seu casamento era a pauta da vez. Contou sobre o dia, como estava o clima, as pessoas as quais presenciaram, mas custava lembrar da roupa que usara, e do penteado do cabelo. Ligeiramente falou-me para procurar o álbum de fotos na gaveta. Tirei de lá e, numa virada de páginas, estava ela, a foto de seu casamento. Na esquerda, meu avô, de terno escuro, gravata borboleta, bigode e cabelo bem penteado. Sorriso estampado, transpirando alegria, segurando as mãos de sua esposa. Na direita, minha avó, sorriso no rosto, vestido liso mas bem cortado, buquê de flores, véu longo e os cabelos presos em um coque estonteante. Admirando a imagem, vi a preciosidade dessa. 

Ansiedade e eu. Cabemos na mesma casa?

quinta-feira, 2 de novembro de 2017 66 comentários
   A ansiedade bateu em minha porta. Não abri, mas ela sorrateiramente pulou minha janela. Mãos para o alto, eu disse. Ela não obedeceu. Não é sua casa, não é seu lugar, mas faz questão de estar ali. Quieta no meu canto fiquei. Ela foi alimentado-se das coisas que haviam em mim. Primeiro, minha coragem. Foi-se toda em menos de minutos. Sentia que todo e qualquer mal me rondava. Estremeci. passaram-se horas e ali estava eu, brincando de estátua aos olhares de fora. Por dentro, o medo arrebatador me paralisara. Mal sabiam eles pelo que eu estava passando com a tal visita indesejada. Quanto mais ela se alimentava das coisas que ali estavam, mais ela crescia. A casa ficou pequena para nós duas. Expandiu-se tanto que fiquei eu encolhida num cantinho da sala, sem espaço para respirar. Ficando cada vez mais ofegante, senti que ia desmaiar. Ela ria, como se seu trabalho estivesse sendo muito bem executado. Em pânico, vi que a situação só pioraria.  Então respirei fundo e, antes que o ar se tornasse ainda mais rarefeito, fiz uma mesa redonda com ela.

O quão importante são os inícios?

sexta-feira, 27 de outubro de 2017 76 comentários
   Ah! Os inícios. Temidos por uns, abraçados por outros. Os que temem, alegam não saber o que esperar do novo que bate à sua porta.- Será bom? Ruim? Agregará positivamente? - e nesse emaranhado de perguntas, o medo se instala e os incapacita de viver novas experiências. De outro lado, os destemidos (embora, nem tanto). Abraçam o novo e buscam fazer dele o melhor possível. As experiências, por mais que algumas vezes possam ser ruins, trazem uma gama de aprendizados e conhecimento, o que proporciona ver o mundo de uma maneira um pouco mais lúcida que antes. Nessa história de medo x coragem, não importa de que lado você está, mas cá entre nós: se você é suas vivências, o que seria de você sem algo novo? Lhe faria parar no tempo e na monotonia do cotidiano. Acomodado, vendo a vida passar frente aos seus olhos, encarar pra quê? Pois vos digo: para crescer. Inicie algo novo pra que sua vida não tenha sido em vão. Comece um novo emprego, um novo hobbie, vá morar em outra cidade, faça algo totalmente fora de sua realidade, mas não se perca no medo de começar.
   Saindo da zona de conforto, cá estou. Fazendo valer as coisas que eu penso e escrevo, pondo em prática. Por muito (embora raras situações), fui tomada pelo medo do início. Desapegando, resolvi compartilhar aqui um pedacinho de mim. Neste dia, o início de tudo. Se vai suprir minhas expectativas ou não, não importa. Abraço essa novo caminho que escolhi traçar com a certeza que darei o melhor de mim. Se me levar à algum lugar, gratidão sentirei por este dia que resolvi iniciar, e verei o quão importante são os inícios.
P.S.: O medo do novo lhe faz perder coisas incríveis
 
Base por Michelly Melo; Design por Millene Raquel.